A chorus line mestiça

Observe o estilo da Chorus Line salgueirense: calças com nesga,bustiê de lamê vermelho, um charmoso chapeuzinho assentado sobre um lenço listrado com as cores da Escola,inacreditáveis scarpins com salto e as pastoras da alvirrubra tijucana !Ah..as pastoras… que elegância! Nada que possa ser aprendido em manuais de estilo.O segredo estava no orgulho em defender uma agremiação que fez o negro cantar o negro na avenida. E inovando mais uma vez, Os Acadêmicos cantaram a história do berço do samba: a praça Onze. Abre a roda meninada, que o samba virou BATUCADA !O carnavalesco Fernando Pamplona dizia na sua sinopse: Substituindo o tradicional desfile cronológico, o Salgueiro castiga o tema para mostrar abertamente, do jeito que pode, o milagre do casamento religioso,social, racial e da cultura de todas as raças que fizeram o Brasil, país único, magistralmente sintetizado no complexo cultural que explodiu na praça Onze. Algumas informações curiosas foram ressaltadas pela revista Cruzeiro (17/02/1970):..depois de vinte minutos de desfile, já conquistara o povo das arquibancadas, que fazia o coro ritmado: `já ganhou! já ganhou! Além da bateria, ganharam muitos aplausos: Paula do Salgueiro,que sambou mais rápido do que nos anos anteriores; Jorge Ben, que passou ladeado de duas pastoras, e Isabel Valença (Chica da Silva), que o povo aplaudiu de pé.Quando a Escola deixou a passarela da Presidente Vargas, eram decorridos apenas 50 minutos desde o início do desfile.No dia 8 de fevereiro de 1970, o Salgueiro foi vice-campeão, com o enredo praça Onze,Carioca da Gema (83 pontos). Perdeu para Portela,com o enredo Lendas e Mistérios da Amazônia.(88 pontos).

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