Macumbeiros do Congo enfrentam a delação do fim do mundo

No anonimato devido aos criativos codinomes, criados pelo departamento de propinas da contrutora Odebrecht, os participantes da mais importante quadrilha de corrupção do mundo, agora denunciados, resolveram disfarçar-se com fantasias exóticas.

Todo Feio, Boca Mole, Gato Angorá, Babel, Polo e Caranguejo aparecem na foto publicada, travestidos de Macumbeiros do Congo. Claro que querem inspirar nos procuradores da Lava-Jato algum tipo de temor diante de possíveis poderes sobrenaturais sugeridos pelo traje escolhido.

Entretanto, nem os terríveis codinomes, típicos de quadrilhas, e muito menos a inventiva indumentária foram suficientes para inibir as investigações dos crimes cometidos e a revelação de quem são os indiciados. Quem é quem sem máscaras e alcunhas:

Todo Feio, Inaldo Leitão (PP-PB), Citado na delação do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho como um dos parlamentares que teria recebido propina da empreiteira, R$ 100 mil. O ex-deputado contestou nas redes sociais não só a acusação, como também o codinome que recebeu nas planilhas: “Outra coisa que não gostei nessa delação foi codinome de “Todo feio”. Rsrsrsrsr Não é bem assim, né?”

Boca Mole, Heráclito Fortes (PSB-PI) teria recebido R$ 100 mil do departamento de propinas. O deputado afirmou se sentir homenageado com o apelido atribuído a ele. O deputado comentou que Boca Mole era o apelido atribuído a Tancredo Neves durante a ditadura militar. “ O delator não diz que troquei emendas, nada. Ele apenas diz que sou uma pessoa influente e que era vantage para empresa ter próximo a eles um deputado como Heráclito Fortes”, declarou.

Gato Angorá, Moreira Franco (PMDB-RJ), pediu R$ 3 milhões de reais para não construir um terceiro aeroporto em São Paulo o que prejudicaria o interesse da Odebrecht, concessionária do Galeao, no Rio de Janeiro. Moreira vetou o projeto do aeroporto concorrente.

Babel, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) O ex-ministro da Secretaria de Governo, e teria ficado com 5,8 milhões de reais do esquema. Torre de babel? Será uma referência ao empreendimento imobiliario que o levou ao afastamento do cargo por tráfico de influência? Na denúncia é descrito como um ávido por dinheiro, insistente em seus pleitos e eternamente insatisfeito com as quantias que recebia.

Caranguejo, o deputado cassado, Eduardo Cunha, (PMDB-RJ). o deputado federal cassado recebeu R$ 7 milhões da empreiteira, pela influência que tinha entre parlamentares da Câmara dos Deputados. Ao saber que era chamado de caranguejo o deputado riu e disse que desconhecia a origem do apelido. “Não sei o que quiseram dizer com isso, quem apelidou é quem tem que dizer”, afirmou.

Polo, Jaques Wagner (PT- BA), ex-ministro da Casa Civil, teria recebido R$ 7,5 milhões. Já em 2012, como presente de aniversário, Wagner ganhou da empreiteira um relógio Hublot, com a imagem do Congresso Nacional estampada no fundo, cujo valor é estimado em 20 000 dólares. Ganhou, tambémum relógio Corum, que custa cerca de 4000 dólares. “Guardei e nunca usei” teria dito o ex-ministro.

Mais de 200 políticos de 18 partidos politicos teriam recebido repasses da empreiteira: Caju, Bitelo, Corredor, Gremista, Gripado, Campari, Piqui, Comuna, Ferrari, Decrépito, Moleza, Velhinho, Missa, Feia, Kimono, Tuca, Misericórdia,Amigo(presidente Lula),Bob(José Dirceu),Italiano(Antonio Palocci) e com nome,sobrenome e cara limpa – O presidente da República Michel Temer, que está sendo acusado de ter negociado R$ 40 milhões para o PMDB na eleição de 2010.

O sexteto, Os Macumbeiros do Congo, representam uma ínfima amostragem da lama em que chafurda o atual Congresso.

A saber: Macumbeiros do Congo, foi um dos grupos vencedores do Concurso de Fantasias do Baile Municipal de Recife de 1968. As fotos do baile publicadas na Revista Cruzeiro ,foram tiradas por Geraldo Viola e Pedro Luiz

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