Almir Guineto na Furiosa

Convocados para homenagear o mestre de bateria Almir Guineto os 240 ritmistas do Acadêmicos do Salgueiro, imediatamente, atenderam ao chamado.

Mesmo os que não estão mais aqui atenderam ao convite. Envergando a fantasia que homenageava “Dona Beija, a feiticeira de Araxá”, a Furiosa rufou os seus tambores, em homenagem a mais um grande valor, nascido no morro do Salgueiro.

Guineto dirigiu a bateria da vermelho e branco em 1968,1969,1970,1972 e 1973. Era irmão de Lourival Serra (Mestre Louro), que foi o maior diretor de bateria da escola tijucana. Filho do Iraci Serra, violonista e integrante da ala dos compositores do Salgueiro e sobrinho do seu Geraldo do Caxambu. Sua mãe, a célebre “Dona Fia”, era compositora, costureira e uma das personagens principais da Acadêmicos, uma dinastia de sambistas.

O Salgueiro abrigava uma pluralidade de manifestações culturais que se fixaram na região no final do século XIX. Como o Jongo, o Calango e a Macumba. Os negros bantos trouxeram para o Salgueiro uma gama de danças e ritmos que influenciaram decisivamente o estilo de compor de Almir Guineto.
Em 1978, fundou com Jorge Aragão, Bira, Noeci, Sereno, Sombrinha e Ubirany o grupo Fundo de Quintal, que o levaria à fama. Sua composição mais conhecida é Coisinha do Pai, feita com Jorge Aragão e Luiz Carlos.

Após a revolução do Estácio nos anos 30, Guineto e seus comparsas do Cacique de Ramos constituíram-se no final dos anos 70 como os grandes arquitetos, renovadores e experimentadores do samba. “(Jornal FSP)

Introdutor do banjo (afinado como se fosse cavaquinho) , inspirado melodista e grande versador nas rodas de partido-alto, tornou-se, na década de 80, um dos formatadores do samba moderno.

Celeiro de bambas, o morro do Salgueiro, e sua furiosa bateria, desceu para homenagear o filho ilustre, que sai da vida para entrar na história.

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