Tem francesinha no salão

Em Hollywood, o movimento Time’s Up, apoiado por mais de 300 atrizes, conseguiu tingir de preto a cerimônia do Globo de Ouro, em protesto contra as agressões sexuais. Na França, um grupo formado por uma centena de artistas e intelectuais tomou a direção contrária ao assinar um manifesto criticando o clima de “puritanismo” sexual que o caso Harvey Weinstein teria desencadeado. O texto, publicado no jornal Le Monde, é assinado por conhecidas personalidades da cultura francesa, dentre elas a atriz Catherine Deneuve.

As francesas defendem “a liberdade de incomodar” como algo “indispensável para a liberdade sexual”. “O estupro é um crime. Mas a sedução insistente ou desajeitada não é crime, nem a galanteria é uma agressão machista”, afirmaram no manifesto.

Atitude corajosa da atriz francesa que decidiu entrar num debate que parecia não abrir margem para contestações. Entretanto, Deneuve fala de Paris, berço do iluminismo. Uma mulher nascida e criada em Bombaim, Casablanca, Cairo ou Kinshasa talvez tenham percepções diferentes do assédio.

Se a postura das americanas afinou-se com um sentimento neomoralista, por outro lado faltou um sentido de repercussão mundial a afirmação das francesas. A França não conseguiu efetivamente universalizar seu ideário progressista , nem a “América profunda” seus valores conservadores.

Queria fazer um post sobre Catherine Deneuve, mas não encontrei nenhuma foto sua na folia carioca, condição para postar no blog. Deneuve visitou o Brasil algumas vezes, mas nunca no carnaval.

A francesinha da foto, fantasiada de baiana e acompanhada pelo ator italiano, Alberto Sordi no baile do Copacabana Palace é a irmã mais velha de Catherine Deneuve, Françoise Dorleac. Já que não temos Catherine vamos de Françoise, a irmã da diva.

O ano era 1964 um ano em que os bailes da cidade estavam repletos de celebridades do cinema europeu: Elsa Martinelli, Gabrielli Tinti, e Brigitte Bardot que preferiu se refugiar em Búzios. Hollywood não enviou nenhum representante para as festas do momo carioca. Presidindo o júri, Alberto Sodi, aparece ao lado de Dorleac.

Não era a primeira visita de Dorleac ao Brasil, no ano de 1963, filmou L’homme de Rio, de Philippe de Broca. Uma despretensiosa trama de ação ambientada em partes variadas do país: Rio de Janeiro, Brasília e Amazônia.
No filme Belmonfo interpreta Adrien, que vem para o Brasil atrás da namorada Agnes (Françoise Dorleac) e se envolve em perseguições , sempre com a vida por um fio. O filme alcançou sucesso comercial e foi indicado ao Oscar de roteiro original.

Françoise começou a trabalhar no cinema primeiro que a irmã, o que fez com que Catherine optasse por adotar o nome de solteira da sua mãe como nome artístico – Deneuve -para não ser confundida .

Ex-modelo de Christian Dior, trabalhou com cineastas como Truffaut (La peau douce), Polanski (Cul-de-sac), Jacques Demy (Les demoiselles de Rochefort), Roger Vadin (La Ronde), entre muitos outros.

Conhecida pela transgressão Dorleac ficaria orgulhosa pela firmeza com que sua irmã mais nova entrou na polêmica liderada pelos grupos feministas americanos.Ex-modelo de Christian Dior, trabalhou com cineastas como Truffaut (La peau douce), Polanski (Cul-de-sac), Jacques Demy (Les demoiselles de Rochefort), Roger Vadin (La Ronde), entre muitos outros.

Teve uma carreira curta. Françoise morreria três anos depois de visitar nossa cidade. Ela estava viajando para o aeroporto de Nice para voar para Londres. O carro capotou e explodiu em chamas. Tentou sair, mas porta ficou emperrada e ela morreu carbonizada com seu inseparável cãozinho chihuahua.A polícia identificou Dorleac através de um talão de cheques, seu diário e sua carta de habilitação. Faleceu em 26 de junho de 1967, com apenas 25 anos de idade.

Conhecida pela transgressão Dorleac ficaria orgulhosa pela firmeza com que sua irmã mais nova entrou na polêmica liderada pelos grupos feministas americanos.

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