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Os atabaques da Ilha – Sonhos de Carnavais

Os atabaques da Ilha

Um dos momentos mais sensacionais do desfile de 2017 foi o toque dos atabaques da União da Ilha. A bateria de mestre Ciça (Estandarte de Ouro) enlouqueceu as arquibancadas com uma paradinha em que os ritmistas se abaixavam e o samba era sustentado por um grupo de atabaques.

Com o enredo “Nzara Ndembu -Glória ao Senhor do Tempo”, do carnavalesco Severo Luzardo, a escola insulana trouxe uma mensagem poética sobre o passado, o presente e o futuro da humanidade. A cosmogonia Banto/Angola pela primeira vez desfilou na Sapucaí.

Os trabalhos foram abertos por uma sensacional comissão de frente, comandada por Carlinhos de Jesus, que ganhou o estandarte de Ouro, encenando o ritual Macurá Dilê. Em sequência, uma impactante ala, “Os povos Bantos”, apresentava a nação de Angola.

Um dos melhores sambas do ano deu chance ao puxador, Ito Melodia, a dar um show de carisma e competência, mais um Estandarte de Ouro .

Infelizmente, num desfile marcado por graves acidentes com carros alegóricos , a Ilha teve dificuldade para colocar um dos seus na avenida: “O Fogo de Uiangongo”. Um buraco se formou entre a ala anterior e a alegoria. Erro que prejudicou, sem dúvida, a agremiação, que terminou em oitavo lugar.

Mas a imagem que vai ficar na memória de todos, são os Ogãs, “Tocadores de Atabaque”, incendiando as arquibancadas com toque do reino de Samba Kalunga.

Sagrado nas religiões africanas, o atabaque é utilizado para enviar e receber mensagens espirituais. Aquele que toca o tambor é um orador e um comunicador de mensagens sagradas. E os deuses da África ecoaram : Êh êh no girê, êh no gire/ Macurá dilê no girá/ É o tempo de fé, união/ O tambor da ilha a ecoar

Parabéns Ilha pelo grandioso desfile de 2017.

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Muitos Carnavais

Sou um amante do carnaval e da nossa cultura popular. Não sei precisar minha memória mais antiga da folia carioca. Mas tenho recordações muito antigas: Unidos de São Carlos desfilando pelas ruas do Estácio e seus sambas antológicos, sua ala de nobres, das baianas da Mangueira, da comissão de frente do Império no primeiro desfile que assisti – Alô alô taí Carmem Miranda. O Salgueiro com seus necessários enredos afros. Lembro do bloco de piranhas (de verdade) que saía da zona de prostituição do mangue. Lembro das negas malucas, do bafo da onça, do chave de ouro. A transmissão dos desfiles de fantasias pela TV, Wilza Carla, Elói Machado, Evandro,Bornay... E os bailes do Diabo? America até no carnaval (sou america). As negas malucas, a baianas com chapéu cônico. Saber de ouvir falar do baile do Municipal, Horrores,Enxutos. As caminhadas na Avenida Rio Branco com seus blocos do eu sozinho. Não sei se por nostalgia ou por vício do ofício , sou professor de história, mas é tudo isso que dança na minha memória quando penso em carnaval.