Em 1966, o clube Monte Líbano promoveu o seu famoso baile Uma Noite em Bagdá sob um cenário de Paris da belle époque. Grito final do carnaval daquele ano, a festa reuniu, dizia o texto da revista Manchete, algumas das mais belas mulheres do Rio e viveu seu instante de luxo com o concurso do qual participaram as melhores fantasia daquele ano.
Os foliões elegantes davam início a peregrinação carnavalesca no baile do Copa, no sábado. Domingo a opção era o baile do Hotel Quitandinha, segunda o Municipal e fechavam na terça com o clube da Lagoa.
Naquele ano, o sucesso musical era a marchinha “tristeza” de Haroldo Lobo e Miltinho. A letra dizia assim:
Tristeza por favor vai embora
A minha alma que chora
Está vendo o meu fim
Fez do meu coração
A sua moradia
Já é demais o meu penar
Quero voltar aquela
Vida de alegria
Quero de novo cantar
Queremos todos voltar aquela vida de alegria e que a tristeza vá embora.
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Muitos Carnavais
Sou um amante do carnaval e da nossa cultura popular. Não sei precisar minha memória mais antiga da folia carioca. Mas tenho recordações muito antigas: Unidos de São Carlos desfilando pelas ruas do Estácio e seus sambas antológicos, sua ala de nobres, das baianas da Mangueira, da comissão de frente do Império no primeiro desfile que assisti – Alô alô taí Carmem Miranda. O Salgueiro com seus necessários enredos afros. Lembro do bloco de piranhas (de verdade) que saía da zona de prostituição do mangue. Lembro das negas malucas, do bafo da onça, do chave de ouro. A transmissão dos desfiles de fantasias pela TV, Wilza Carla, Elói Machado, Evandro,Bornay... E os bailes do Diabo? America até no carnaval (sou america). As negas malucas, a baianas com chapéu cônico. Saber de ouvir falar do baile do Municipal, Horrores,Enxutos. As caminhadas na Avenida Rio Branco com seus blocos do eu sozinho. Não sei se por nostalgia ou por vício do ofício , sou professor de história, mas é tudo isso que dança na minha memória quando penso em carnaval.
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