Vislumbro duas possibilidades de condução do meu processo de envelhecimento: O caminho mais óbvio é contabilizar amarguras,insucessos,ressentimentos e frustrações e ir me transformando em um clichê de velho. Na contramão desse imagem negativa da velhice,as irmãs gêmeas Laura e Délia, com mais de 80 anos, entraram para a história da Banda de Ipanema e do Carnaval carioca. Quem frenquentou os desfiles da Banda nos anos 80, testemunhou a alegria incontida de duas octagenárias que rasgavam a camisa de força que o tempo nos vai impondo e caíam na folia. Esqueciam a sensiblidade ao barulho, a perda da visao, empurrões, pisões,o temor da violência, o tumulto inevitável da festa e simplesmente brincavam. A postagem de hoje é uma homenagem às duas gêmeas que jamais perderam a alegria de viver!

As gêmeas da banda
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Muitos Carnavais
Sou um amante do carnaval e da nossa cultura popular. Não sei precisar minha memória mais antiga da folia carioca. Mas tenho recordações muito antigas: Unidos de São Carlos desfilando pelas ruas do Estácio e seus sambas antológicos, sua ala de nobres, das baianas da Mangueira, da comissão de frente do Império no primeiro desfile que assisti – Alô alô taí Carmem Miranda. O Salgueiro com seus necessários enredos afros. Lembro do bloco de piranhas (de verdade) que saía da zona de prostituição do mangue. Lembro das negas malucas, do bafo da onça, do chave de ouro. A transmissão dos desfiles de fantasias pela TV, Wilza Carla, Elói Machado, Evandro,Bornay... E os bailes do Diabo? America até no carnaval (sou america). As negas malucas, a baianas com chapéu cônico. Saber de ouvir falar do baile do Municipal, Horrores,Enxutos. As caminhadas na Avenida Rio Branco com seus blocos do eu sozinho. Não sei se por nostalgia ou por vício do ofício , sou professor de história, mas é tudo isso que dança na minha memória quando penso em carnaval. Ver todos os posts de Muitos Carnavais