Julho de 1969, a Apolo 11 pousou na superfície lunar, em um local chamado Mar da Tranquilidade.Alguns meses depois no oceano de loucuras do carnaval Carioca,despontava, na passarela do principal baile da cidade, uma estranha fantasia. Teria sido inspirada numa moon girl do Courrèges? Linhas retas e um quê de vestimenta espacial.Seria um modelo de Paco Rabanne com um macacão metalizado, lembrando alumínio? geometrismo de um autentico Pierre Cardin? No auge da contracultura, nada melhor do que apresentar uma colombina desconstruída.A viagem a lua inspirava a moda.O personagem da commedia dell’arte se reinventou e levou o segundo prêmio do concurso de fantasias do teatro Municipal do Rio de Janeiro. Dina Mara de Oliveira não sabia, mas um `futuro` como aquele, com naves pousando na lua, não se repetiria nunca mais.Era o futuro e ninguém sabia.

Era o futuro e ninguém avisou nada…
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Muitos Carnavais
Sou um amante do carnaval e da nossa cultura popular. Não sei precisar minha memória mais antiga da folia carioca. Mas tenho recordações muito antigas: Unidos de São Carlos desfilando pelas ruas do Estácio e seus sambas antológicos, sua ala de nobres, das baianas da Mangueira, da comissão de frente do Império no primeiro desfile que assisti – Alô alô taí Carmem Miranda. O Salgueiro com seus necessários enredos afros. Lembro do bloco de piranhas (de verdade) que saía da zona de prostituição do mangue. Lembro das negas malucas, do bafo da onça, do chave de ouro. A transmissão dos desfiles de fantasias pela TV, Wilza Carla, Elói Machado, Evandro,Bornay... E os bailes do Diabo? America até no carnaval (sou america). As negas malucas, a baianas com chapéu cônico. Saber de ouvir falar do baile do Municipal, Horrores,Enxutos. As caminhadas na Avenida Rio Branco com seus blocos do eu sozinho. Não sei se por nostalgia ou por vício do ofício , sou professor de história, mas é tudo isso que dança na minha memória quando penso em carnaval. Ver todos os posts de Muitos Carnavais