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O Carnaval – Página: 10 – Sonhos de Carnavais

Criação do Mundo na Tradição Nagô

Eles desceram de Nilópolis para cantar a Criação do Mundo na Tradição Nagô . Quando os 2000 figurantes, em 50 alas, surgiram na cabeça da pista, as galerias sentiram que a Beija-Flor ia explodir. E aconteceu: na beleza das alegorias, na perfeição da harmonia e na fantástica movimentação de uma coreografia que arrebatou o público. Com sua presença na passarela, a grande festa chegou ao seu ponto mais alto. Para materializar o enredo o carnavalesco Joãozinho Trinta recorreu a um expediente simples: retirou dos figurantes as alegorias de mão, diminuiu o número de carros alegóricos e supriu as roupas pesadas. Resultado: a escola deslizou pelo asfalto com uma leveza de sonho.

A escola apresentou muitos destaques, dentre eles a primeira dama da escola, Marlene Senas David, a mulher do presidente Nelson David; Jésus Henrique, com a fantasia Obatalá; Lusimar de Almeida, com Odudua, e o próprio figurinista Viriato Ferreira.

Joãozinho Trinta contou que teve a inspiração para o enredo durante o primeiro desfile da Beija-Flor, em que ela foi campeã. Ele relata: – Levei um susto danado quando vi que o último carro, o Rei Leão, estava enguiçado. Muita gente tentava desenguiça-lo , sem qualquer resultado. Como tinha que fazer alguma coisa, corri em direção ao carro, fiquei bem de frente do veículo e mandei que ele andasse. Andou. Em seguida surgiu no céu um lindo arco-íris. Nesse momento me veio à cabeça a ideia de um enredo para agradecer a verdadeira graça que recebi naquele dia e daí surgiu Criação do Mundo na Tradição Nagô.

Madureira, futebol e o bloco das piranhas

Madureira da Portela e Império Serrano, também legou ao carnaval carioca o bloco das piranhas. Liderado por Moisés, ex-zagueiro da Seleção brasileira, o Bloco da Piranhas, animou, durante vinte e cinco anos, as ruas do subúrbio de carioca. Violento?! (para alguns) viril , também conhecido como Moisés paulada, não se fazia de rogado ao se vestir de mulher e desfilar com humor e desfaçatez , sempre no sábado de carnaval.

O bloco foi organizado do início dos anos 70 até meados dos anos 90. A festa era frequentada por vários jogadores, como Brito, Alcir Portela, Joel Santana e Vanderlei Luxemburgo. Luisinho das arábias, Renê, Ademir, Alcino, Carlos Roberto, Fernando, Tobias, Júlio e Ronaldo

A relação entre futebol e carnaval é mais estreita do que se pode imaginar. Algumas escolas de samba, por exemplo, surgiram de times de futebol. Jogadores de um esporte considerado, quase um indicador de masculinidade, deixavam a heteronormatividade de lado e exercitavam uma das clássicas inversões carnavalescas: Homem travestido de mulher.

Moisés morreu, de câncer no pulmão , aos 59 anos, em 2008.

Colombina entre o sonho e o beijo

O teu beijo é tão doce, Arlequim…
O teu sonho é tão manso, Pierrô…

Pudesse eu repartir-me
encontrar minha calma
dando a Arlequim meu corpo…
e a Pierrô, minha alma!

Quando tenho Arlequim,
quero Pierrô tristonho,
pois um dá-me prazer,
o outro dá-me o sonho!

Nessa duplicidade o amor todo se encerra:
Um me fala do céu…outro fala da terra!

Eu amo, porque amar é variar
e , em verdade, toda razão do amor
está na variedade…

Penso que morreria o desejo da gente
se Arlequim e Pierrô fossem um ser somente.

Porque a história do amor
só pode se escrever assim:
Um sonho de Pierrô
E um beijo de Arlequim!

Na foto, uma anônima colombina no baile do pierrô, em de 1959. Esse amor que se completa, a multiplicidade do desejo … tomara que a foliã retratada, tenha tido sorte com seu quebra-cabeça humano e tenha preenchido o enorme vazio do seu coração.

A poesia acima , As Máscaras, foi escrita por Menotti Del Picchia. Filho dos imigrantes italianos que com cinco anos de idade mudou-se para a cidade de Itapira, interior de São Paulo. Foi diretor de A Noite e A Cigarra, entre 1920 e 1940, além de diversos outros jornais e revistas. Com Oswald de Andrade, Mário de Andrade e outros jovens artistas e escritores paulistas, participou da Semana de Arte Moderna Foi um dos mais combativos militantes da estética modernista. Morreu em São Paulo, no dia 23 de agosto de 1988.

O Galo de Ouro da Leopoldina

A Unidos de Lucas, também conhecida como Galo de Ouro, surgiu da fusão das escolas de samba: Aprendizes de Lucas e Unidos da Capela, em 1966. No ano da foto publicada, 1975, a escola voltava ao primeiro grupo, abrindo o desfile pontualmente, abordando em seu enredo as cidades históricas mineiras – Cidades Feitas de Memória, do carnavalesco Odair Leocádio (capixaba).

A cantora Elizeth Cardoso levou um tombo quase junto às câmeras de TV. Tirou de letra, levantou-se, como se nada tivesse acontecido e levou a plateia ao delírio. Outro que se destacou pela elegância foi o mestre-sala Belenzinho, deu um show. O fotografo, Antônio Rudge, captou e explosão de alegria da vermelho e ouro da Leopoldina.

A foto publicada, na revista Manchete (1/3/1975), contraria a afirmação de que a escola passou fria, com problemas de evolução. Observem a garra dos ritmistas e da passista retratados. Apesar de ter ficado em penúltimo lugar, as dificuldades de concentração e dispersão na Avenida Presidente Antônio Carlos foram a justificativa para o não-rebaixamento da escola.

Máscaras, se mostra melhor o que se oculta

De todas as instituições carnavalescas, a máscara é a mais fácil de entender. Na verdade, os mascarados sempre procuram a mesma coisa, em todos os tempos: ocultar sua identidade, esconder um rosto feio ou bonito, mas que é o sinal externo facilmente reconhecível de uma personalidade prisioneira de compromissos e responsabilidades. Quando se cobre o rosto, está-se despindo a máscara mais sólida que se usou o ano todo. Daí a contradição de se mostrar melhor o que se oculta.(texto adaptado da Revista Manchete,8/3/1969)

Mocidade Independente

O mais revolucionário nome de uma agremiação de samba: a Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, nasceu de um time de garotos que disputavam um campeonato de futebol em Bangu. Chegou ao primeiro grupo, no ano de 1958. Se tornou muito popular, graças, sobretudo, à sua bateria. Na foto, publicada pela revista Cruzeiro, vemos uma imagem de sua formação, com 120 elementos, no ano 1967. No final dos anos 60, era comandada por Chaminé e composta por bambas, como: Germano da Cuíca(está na foto), Antônio Pandeiro de Ouro, Isa da Cuíca (filha de Germano) e Penha dos Pandeiros. Não havia a figura de rainha da bateria, mas a passista Mariângela se destacava no quesito samba no pé. O de chapéu preto é Ivan do pandeiro, de costas de chapéu e de terno branco, Mestre André,de camisa listrada Silvio Roberto, de chapéu branco, Maurinho.

Carlos Alberto Torres, o Capita

Hoje, 25/10/2016 morreu o Capitão da seleção de 1970, Carlos Alberto Torres. O Capita, como sempre foi chamado, morreu de infarto fulminante enquanto fazia palavras cruzadas. Tinha 72 anos. Foi jogador do Fluminense, Santos, Botafogo, Flamengo e New York Cosmos. Foi o primeiro capitão da seleção a beijar a taça Jules Rimet .

Publico o registro de um momento de alegria: Em 1983, o grande jogador curtia o carnaval no Baile da Cidade do Rio de Janeiro.

Acompanhado do prefeito Júlio Coutinho , da esposa Terezinha Sodré e do casal Franz Beckenbauer, era um craque também na folia.

Olga Latour a diva esquecida

Teresa Wright foi indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante por sua estreia no cinema em The Little Foxes, em 1941. E a Felicidade não se compra, de Frank Capra, você sabe quem estrelou? Donna Reed. Gladys Cooper que na mesma época, mudou-se da Inglaterra para Hollywood e brilhou em papéis de mulheres aristocráticas, outra que talvez poucos conheçam. Joan Fontaine, Mary Astor, Linda Darnell e tantas outras, divas da era de ouro do cinema americano, uma lista interminável de nomes que brilharam nos letreiros e levaram multidões aos cinemas de todo o planeta. Hoje, esquecidas. Da plêiade de estrelas apagadas escolhi resgatar o brilho de um astro do hemisfério sul, Olga Latour. Glamorosa tal qual as musas norte-americanas , a bela da foto é fruto da terra. Natural do Paraná, Olga Justina da Silva foi a primeira rainha do cinema nacional. Conhecida como Olga Latour, ingressou muito jovem na vida teatral carioca, integrando os shows de Carlos Machado. Participando de diversos filmes, entre os quais, Este Mundo é um Pandeiro e Cavalo 13. Após deixar a vida teatral, Olga Latour sofreu lesão pulmonar e, mais tarde, foi atacada por leucemia aguda que lhe provocou a morte (15/12/1964). Na foto, num baile em sua homenagem, recebeu a coroa de rainha. Quase dois mil foliões a reverenciaram no teatro Carlos Gomes, em 1949.

Eduardo Paes cai no samba

Desde 2009, quando Eduardo Paes assumiu a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, o Carnaval ganhou um ilustre amante da festa mais popular do Brasil. Acredito que poucos prefeitos demonstraram um interesse tão autentico, pelo desfile das escolas de samba, quanto Paes. Portelense de coração, ele faz questão de participar dos agitos nas escolas de samba e acompanhar de perto os preparativos e, claro, o momento maior dos desfiles na Sapucaí. 2010 O prefeito Eduardo Paes desistiu de desfilar na bateria da Portela. A notícia fez muitos portelenses vibrarem de alegria e acaba com as preocupações de alguns diretores da agremiação de Oswaldo Cruz e Madureira. Na Portela, vários integrantes já tinham manifestado ao presidente Nilo Figueiredo, a preocupação de que a escola pudesse ser vaiada pelo público, na hora da passagem do prefeito Eduardo Paes. Para quem não acompanhou, no ensaio técnico da Portela, no Sambódromo, o prefeito levou a maior vaia da história da Marquês de Sapucaí. Além disso, havia também o receio, de que algum jurado pudesse tirar algum décimo precioso, por antipatizar com Paes. A popularidade de Paes estava em baixa . 2011 Paes exigiu desfilar nas baterias da Grande Rio e União da Ilha, além da Portela, porque arrumou dinheiro com empresários para ajudar as agremiações prejudicadas pelo incêndio nos barracões. 2012 O arquiteto Oscar Niemeyer esteve no Sambódromo durante o desfile das escolas campeãs do Grupo Especial do Carnaval. Na companhia do prefeito Eduardo Paes, Niemeyer percorreu um trecho da Passarela do Samba pouco antes do desfile da agremiação Vila Isabel. 2013 sai na Portela. 2014 Eduardo Paes marcou mais uma vez presença do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Passou pela Avenida quando a Grande Rio tomava a Marquês de Sapucaí 2015Apesar da chuva que atrasou em 24 minutos a entrada da Viradouro na Avenida, o desfile da escola seguiu tranquilo. Em local privilegiado, no camarote do prefeito Eduardo Paes compareceram além do senador tucano José Serra, as atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro e o cantor Zeca Pagodinho.Portelense, o prefeito não sossegou no local privilegiado e desceu para ver mais de perto a Viradouro. No recuo, Paes aproveitou para cumprimentar dois ídolos do tênis, o espanhol Rafael Nadal e Gustavo Kuerten, o Guga. . Nos dois dias de desfiles da Série A, ele deu o ar da graça várias vezes na pista do Sambódromo para acompanhar de perto a passagem das escolas. Paes, que ficou com uma bota ortopédica para calcificação de uma fratura no pé direito, mas já está mostrando estar 100%. Durante o desfile da União da Ilha do Governador, ele foi curtir de perto a o ritmo da bateria do consagrado mestre Ciça e brincou com o intérprete Ito Melodia, no momento em que os ritmistas da tricolor estavam ocupando o recuo da bateria.(foto do site SRZD)

O prefeito e a atriz

O Quinto Baile da Cidade durou exatamente sete horas. Mais de sete mil pessoas superlotaram o Canecão, cuja a decoração inspirou-se na famosa marchinha Abre-Alas. Dos artistas convidados compareceram: Ursula Andress, Pelé, Franco Zeffirelli, Libertad lablanc, Candice Bergen e o ator inglês Albert Finney. Seria o último ano da prefeitura de Marcos Tamoyo. Vamos saber um pouco mais sobre sua prefeitura:
Foi o primeiro prefeito do Rio de Janeiro após a fusão da Guanabara com o antigo estado do Rio de Janeiro, tendo sido nomeado em 1975 pelo então governador Floriano Peixoto Faria Lima, e governou até 1979.
Conhecido como o “Prefeito da educação no Brasil”, construiu 54 escolas e reformou outras tantas. Construiu o Riocentro, passando a cidade a contar com um local para congressos, seminários e feiras. Construiu o Arquivo Municipal, único então no Brasil executado especialmente com a finalidade de guardar em condições técnicas adequadas o relevante acervo da história da cidade. Concluiu o Parque do Flamengo, com a construção da Marina da Glória e o Restaurante do Parque do Flamengo e construiu a Cidade das Crianças. Executou a duplicação e iluminação das Avenidas Sernambetiba, Prefeito Mendes de Morais e Estrada dos Bandeirantes, além do Autódromo de Jacarepaguá, o viaduto São Sebastião, sobre a Avenida Presidente Vargas, e o conjunto de elevados e vias expressas interligando o túnel Santa Bárbara ao Cais do Porto, com a desapropriação de mais de 1.400 imóveis no Catumbi, possibilitando implantar o Sambódromo de maneira provisória, realizando o primeiro desfile das Escolas de Samba em 1979, sem interrupção do trânsito. A prefeitura passa a ter uma sede condigna com a aquisição da ex-Embaixada Inglesa na Rua São Clemente, em Botafogo, e por Tamoyo foi designada, a partir daí, como Palácio da Cidade.
Na área da saúde, concluiu a construção e equipando o Hospital Salgado Filho, no Méier, e construiu o novo setor de emergência do Hospital Miguel Couto. Em 1976 ingressou na ARENA. Em 1979, participou da organização do Partido Democrático Social (PDS) no estado do Rio de Janeiro.
Foi casado com Maria Isabel Tamoyo da Silva, com quem teve duas filhas. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 17 de abril de 1981.