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Catuaba Selvagem foi a bebida oficial do carnaval de 2017 – Sonhos de Carnavais

Catuaba Selvagem foi a bebida oficial do carnaval de 2017

Da mesma forma que associou-se a ideia de ir ao cinema ao consumo de pipoca e refrigerante, presume-se que pular carnaval implica em beber muita cerveja .

A batalha perdida dos banheiros químicos é uma inevitável consequência desse hábito estimulado e adquirido pelos cordões cariocas.

Por décadas acompanhamos a guerra de poderosos grupos cervejeiros nacionais e internacionais pela hegemonia no carnaval carioca. Em 2017 assistimos a uma movimentação interessante dessas indústrias. Cervejarias, que por mais de uma década, patrocinaram o desfile na Sapucaí, perceberam que seu público alvo pula nos blocos da cidades. As empresas desistiram dos seus luxuosos camarotes frequentado por internacionais celebridades e passaram a investir nos blocos.

Com exceção da Itaipava, que para fazer frente a rival Antártica, pela primeira vez se tornou patrocinadora dos desfiles do sambódromo. Líder em consumo no Rio , a Antártica aumentou o patrocínio aos blocos de rua.

A guerra foi para as ruas, entretanto, surpreendente rival com atributos imbatíveis tomou a dianteira na preferência dos foliões, a Catuaba Selvagem.

Com teor alcoólico de 16%, cerca de quatro vezes mais que as cervas vendidas pelos ambulantes, é resultado de uma mistura que leva vinho tinto, extrato de guaraná e marapuana e, naturalmente, catuaba . Um poderoso entorpecente que possibilita ao folião, sair da realidade em curtíssimo espaço de tempo.
É bebida no gargalo, não precisa estar gelada e além de tudo é barata. Num momento de crise, como o que estamos vivendo, o baixo preço torna a Selvagem imbatível.

Há, entretanto, um atrativo que se sobrepõe a todos os já citados: a Catuaba tem na sua composição uma erva com comprovados efeitos afrodisíacos.

Uma pesquisa realizada em coelhos, pela Unicamp, comprovou que a erva pode ser usada para aumentar a libido em homens e mulheres. Os resultados apontam que a bebida: leva o fluxo sanguíneo até os órgãos genitais, fortifica a ereção, aumenta a excitação e prolonga orgasmos. Uma espécie de viagra entorpecedor.

Como nas bacanais da Roma antiga, as ruas do Rio de Janeiro foram tomadas pelo delírio, a turba dionisíaca embebedou-se da erva tropical em busca de subtrair-se do opressivo cotidiano. A necessidade atávica de se viver momentos de catarse a fim de se amenizar realidade opressora elegeu essa estranha mistura afrodisíaca de vinho com ervas indígenas como a bebida número um do carnaval de 2017.

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Muitos Carnavais

Sou um amante do carnaval e da nossa cultura popular. Não sei precisar minha memória mais antiga da folia carioca. Mas tenho recordações muito antigas: Unidos de São Carlos desfilando pelas ruas do Estácio e seus sambas antológicos, sua ala de nobres, das baianas da Mangueira, da comissão de frente do Império no primeiro desfile que assisti – Alô alô taí Carmem Miranda. O Salgueiro com seus necessários enredos afros. Lembro do bloco de piranhas (de verdade) que saía da zona de prostituição do mangue. Lembro das negas malucas, do bafo da onça, do chave de ouro. A transmissão dos desfiles de fantasias pela TV, Wilza Carla, Elói Machado, Evandro,Bornay... E os bailes do Diabo? America até no carnaval (sou america). As negas malucas, a baianas com chapéu cônico. Saber de ouvir falar do baile do Municipal, Horrores,Enxutos. As caminhadas na Avenida Rio Branco com seus blocos do eu sozinho. Não sei se por nostalgia ou por vício do ofício , sou professor de história, mas é tudo isso que dança na minha memória quando penso em carnaval.