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Israel Klabin, o baile, a fusão e a confusão – Sonhos de Carnavais

Israel Klabin, o baile, a fusão e a confusão

Na foto, Israel Klabin, Albert Sabin, o prefeito de Munique com a senhora Kiesl, todos no Baile da Cidade do Rio de Janeiro, realizado no Canecão, no ano de 1980. O então prefeito , Israel Klabin, governou a cidade por 15 meses. Transcrevo, a seguir, uma matéria publicada pelo jornal O Globo, em que Israel Klabin fala da sua passagem pela prefeitura carioca:
Uma experiência “muito frustrante”, define Israel Klabin sobre seu período de pouco mais de um ano como prefeito do Rio, encerrado abruptamente em 3 de junho de 1980 em uma conversa de poucos minutos com o então presidente da República, general João Figueiredo. Empresário de projeção na sociedade carioca, opositor público da fusão do antigo Estado do Rio com o da Guanabara, ocorrida em 1975, Klabin fora indicado prefeito pelo governo militar com uma missão: preparar a prefeitura para que a fusão fosse desfeita, e a cidade do Rio voltasse a ser um estado brasileiro.
Havia uma motivação política dos militares. Em 1978, o Rio havia sido o único entre os 22 estados do país a eleger (indiretamente) um governador do MDB, Chagas Freitas. Desfazer a fusão significaria isolar politicamente o único governador que não era da Arena, tirando-lhe o comando da ex-capital federal. A instabilidade daquele período de abertura política da ditadura, com a instauração do pluripartidarismo, bagunçou os planos. Chagas Freitas, político de viés populista, longe de ser um opositor ferrenho ou ideológico dos militares, aderira ao PP, dissidência moderada do MDB liderada por Tancredo Neves, deixando de ser visto como uma ameaça ou adversário pelos militares, que abandonaram a ideia de desfazer a fusão.
Só não avisaram o prefeito Klabin, que seguia tocando com seu secretariado a preparação para a cidade voltar a ser o estado da Guanabara.
— Com o projeto pronto, chamei a imprensa. Saiu na primeira página do Globo: “A fusão vai acabar”. Na mesma noite, fui chamado (pelo presidente Figueiredo), que me disse: “Os colegas militares decidiram que não vamos desfazer a fusão”. Pus o chapéu na cabeça e nem voltei na prefeitura, fui embora para casa — relembra Klabin, aos 90 anos, em entrevista no jardim da casa em São Conrado onde preside a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável.
Se o físico nonagenário é mantido em forma com exercícios diários na academia — e ainda eventuais velejadas —, a memória também está em dia, e guarda lembranças de eventos mais prosaicos do cotidiano de um prefeito no papel de síndico da cidade. Autorizada pelos órgãos técnicos da prefeitura, a construção do prédio do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no Horto, incluía a derrubada de uma árvore centenária. Um abaixo-assinado puxado por ambientalistas, alguns deles amigos pessoais de Klabin, chegou à mesa do prefeito reivindicando a permanência da árvore.
— Não tive dúvidas, dei o despacho: como ambientalista, assino o manifesto; como prefeito, cumpra-se a lei. E me safei dessa — diverte-se.
Em seguida, o ex-prefeito admite ter orgulho de uma situação oposta, em que, deliberadamente, descumpriu a lei. Fazia muitos anos desde que a Lume Empresarial iniciara a construção de uma enorme sede no largo entre as avenidas Rio Branco, Nilo Peçanha e a rua São José. A falência da empresa deixou abertas as escavações para a construção do arranha-céu jamais erguido, causando transtornos e resultando no batismo popular do local como Buraco do Lume.
— Ilegalmente, em conluio com o presidente do Tribunal (de Justiça), fechei o buraco do Lume. Às vésperas da Semana Santa (de 1980), o presidente me avisou que viajaria, e que eu tinha três dias para fazer o serviço — relembra.

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Muitos Carnavais

Sou um amante do carnaval e da nossa cultura popular. Não sei precisar minha memória mais antiga da folia carioca. Mas tenho recordações muito antigas: Unidos de São Carlos desfilando pelas ruas do Estácio e seus sambas antológicos, sua ala de nobres, das baianas da Mangueira, da comissão de frente do Império no primeiro desfile que assisti – Alô alô taí Carmem Miranda. O Salgueiro com seus necessários enredos afros. Lembro do bloco de piranhas (de verdade) que saía da zona de prostituição do mangue. Lembro das negas malucas, do bafo da onça, do chave de ouro. A transmissão dos desfiles de fantasias pela TV, Wilza Carla, Elói Machado, Evandro,Bornay... E os bailes do Diabo? America até no carnaval (sou america). As negas malucas, a baianas com chapéu cônico. Saber de ouvir falar do baile do Municipal, Horrores,Enxutos. As caminhadas na Avenida Rio Branco com seus blocos do eu sozinho. Não sei se por nostalgia ou por vício do ofício , sou professor de história, mas é tudo isso que dança na minha memória quando penso em carnaval.