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O carnaval 2017, em São Paulo, já começou! – Sonhos de Carnavais

O carnaval 2017, em São Paulo, já começou!

E o prefeito recém empossado, um dia depois da sua posse, dois de janeiro, se fantasiou de gari. Varreu um trecho da calçada da rua Nove de Julho.Sorriu para os fotógrafos enquanto deu duas varridas no chão, em um gesto que durou dez segundos. Foi seu primeiro ato como alcaide da maior cidade do país.

Resgatou imediatamente a memória do também prefeito da capital paulista, Jânio Quadros, que descia do carro, no trajeto entre a sua residência e a sede do governo, pegava a vassoura e varria as calçadas sujas.

O mesmo Jânio adotou o escovão como símbolo de sua campanha, bem sucedida, à presidência da Republica, em 1960, representando o desejo de se varrer a corrupção do país.

Jânio era um politico populista. Curiosamente o atual prefeito João Dória fez campanha afirmando que não era político,mas,sim, um gestor. Nas eleições municipais de 2016,“gestores” se candidataram e se elegeram em inúmeras cidades brasileiras .

Ainda em campanha, o candidato João Dória foi responsável por uma curiosa declaração: “Algum dia, quem sabe, todos os brasileiros vão poder usar polo Ralph Lauren”. Teria sido para demonstrar humildade ou remediar a elitista afirmação, o primeiro gesto tomado em sua gestão ?

No sábado subsequente, 7 de janeiro, voltou a vestir o uniforme da gari e varreu um trecho da calçada da avenida Paulista sentido Consolação entre rua Itapeva e o Masp. Mais uma etapa da operação Cidade Linda. Será que numa próxima fase vai se juntar à equipe de limpeza de bueiros? Ou vai continuar varrendo calçadas limpas? Vai passar o dia todo torrando debaixo do sol inclemente?

Quem sabe o prefeito paulista estende sua solidariedade aos motoristas de ônibus,aos pedreiros, aos vendedores de picolé na praia. Nunca se sabe, o que se sabe é que Dória prometeu se vestir de gari e varrer um ponto da cidade todas as semanas até o fim da sua gestão.

Roupas de marca ou sem marca, uniformes de gari, ou de qualquer outra função, podem passar algum tipo de informação sobre quem os veste. A fantasia, ao contrário da roupa tem uma conotação de falsidade, algo que não existe. A foto exibe um prefeito fantasiado de gari. Uma inversão tipicamente carnavalesca.

Há muito o que fazer para livrar a maior cidade brasileira da sujeira e com certeza não será com atitudes demagógicas e populistas que atingiremos esse objetivo.

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Muitos Carnavais

Sou um amante do carnaval e da nossa cultura popular. Não sei precisar minha memória mais antiga da folia carioca. Mas tenho recordações muito antigas: Unidos de São Carlos desfilando pelas ruas do Estácio e seus sambas antológicos, sua ala de nobres, das baianas da Mangueira, da comissão de frente do Império no primeiro desfile que assisti – Alô alô taí Carmem Miranda. O Salgueiro com seus necessários enredos afros. Lembro do bloco de piranhas (de verdade) que saía da zona de prostituição do mangue. Lembro das negas malucas, do bafo da onça, do chave de ouro. A transmissão dos desfiles de fantasias pela TV, Wilza Carla, Elói Machado, Evandro,Bornay... E os bailes do Diabo? America até no carnaval (sou america). As negas malucas, a baianas com chapéu cônico. Saber de ouvir falar do baile do Municipal, Horrores,Enxutos. As caminhadas na Avenida Rio Branco com seus blocos do eu sozinho. Não sei se por nostalgia ou por vício do ofício , sou professor de história, mas é tudo isso que dança na minha memória quando penso em carnaval.