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Rainha do povo – Sonhos de Carnavais

Rainha do povo

No desfile de 2019, Viviane Araújo, rainha da bateria da Acadêmicos do Salgueiro, veio fantasiada de borboleta. Na verdade, Oyá. Diz a lenda:

“Exú fez um encantamento para Oyá. Toda vez que sentisse medo, ela se transformaria em borboleta. Que é linda colorida e inofensiva. Oyá, voltando à sua forma de Orixá, perguntou a Exú o porquê de se tornar uma borboleta, e não outro elemento da natureza.

Exú lhe respondeu: Como o vento, caso ficasse nervosa, você arrasaria o mundo em vendaval. Como raio, você acabaria com as aldeias. Como o fogo, você destruiria todo o planeta. Como borboleta, além de manter a suas cores e perfumes que simbolizam a sorte, você também será capaz de voar e afinal de contas, quem em seu juízo perfeito mataria uma bela borboleta?”

E afinal de contas, quem em seu juízo perfeito é capaz de discordar que a rainha das rainhas das escolas de samba do Rio de Janeiro é Viviane Araújo?

Começou sua trajetória em 1994, quando venceu o concurso das panteras, no Clube Monte Líbano.
No carnaval seguinte, em 1995, desfilou pela Império da Tijuca e Beija-Flor. Brilhou, posteriormente, na Mocidade. Mas desde de 2008, entregou seu coração a vermelho e branco tijucana.

Doze carnavais à frente dos ritimistas do Salgueiro é, inequivocamente, a rainha do povo.

Representa com suas curvas, o corpo da mulher brasileira. É um corpo à moda antiga, não aparenta ter interferências de dietas draconianas e jejuns intermitentes. Viviane come, ri, vive como quem a aplaude. É uma majestade exercida pela identificação, não pela alteridade.

Não é mais jovem, e ninguém se importa. Aqueles que querem substituí-la por uma passista mais nova ficam atônitos, aos quarenta e três anos, não há quem torça pela sua aposentadoria.

A coreografia dos seus passos , sempre delicados, reforçam o seu poder. Um empoderamento suave. De vez em quando, com seu tamborim, mistura-se aos ritimistas, e como nenhuma outra, integra-se à sua “furiosa” bateria. A arquirbancada delira. Puro carisma.

Vestida de borboleta, a rainha do povo, brihou no Salgueiro em 2019.

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Muitos Carnavais

Sou um amante do carnaval e da nossa cultura popular. Não sei precisar minha memória mais antiga da folia carioca. Mas tenho recordações muito antigas: Unidos de São Carlos desfilando pelas ruas do Estácio e seus sambas antológicos, sua ala de nobres, das baianas da Mangueira, da comissão de frente do Império no primeiro desfile que assisti – Alô alô taí Carmem Miranda. O Salgueiro com seus necessários enredos afros. Lembro do bloco de piranhas (de verdade) que saía da zona de prostituição do mangue. Lembro das negas malucas, do bafo da onça, do chave de ouro. A transmissão dos desfiles de fantasias pela TV, Wilza Carla, Elói Machado, Evandro,Bornay... E os bailes do Diabo? America até no carnaval (sou america). As negas malucas, a baianas com chapéu cônico. Saber de ouvir falar do baile do Municipal, Horrores,Enxutos. As caminhadas na Avenida Rio Branco com seus blocos do eu sozinho. Não sei se por nostalgia ou por vício do ofício , sou professor de história, mas é tudo isso que dança na minha memória quando penso em carnaval.