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Samba, a tela ignorada de Di Cavalcanti – Sonhos de Carnavais

Samba, a tela ignorada de Di Cavalcanti

Trata-se de “Samba”, uma tela de quase 2m x 1,60m assinada por Di Cavalcanti (1897-1976). Pertencente ao marchand uruguaio Martin Castillo, ela será exibida pela primeira vez no Brasil desde que foi pintada, em 1927. …Sem documentação que comprovasse a origem e a trajetória da pintura, “Samba” havia caído no esquecimento. Castillo participava da feira Tefaf, em Maastricht, quando foi procurado por uma mexicana. Ela vira obras brasileiras em seu estande e lhe contou sobre a tela da família Quintanilla. Interessado na tela, ele procurou os herdeiros do diplomata.
— Quando consegui ser recebido, fiquei uma hora admirando a tela. Do momento em que eu tomei conhecimento da existência dela, até aquela visita, fiquei sabendo dos relatos que diziam ser falsa, mas meu coração dizia que era verdadeira. Era espetacular, tinha muita coisa interessante para ser falsa. Fiquei impressionado com a cor, a dinâmica, a força que tinha. Estava emocionado, eufórico — conta ele.
A partir daí, Martin Castillo empreendeu uma verdadeira caçada: contratou quatro pesquisadores para refazer o percurso de Quintanilla e descobrir documentos que comprovassem a origem da tela. Ao mesmo tempo, encomendou uma análise independente, em Miami. Enquanto ela era realizada, as peças do quebra-cabeça foram se encaixando. Há dois anos, Castillo participava da feira carioca ArtRio quando uma mulher adentrou seu estande, na ocasião repleto de desenhos do artista brasileiro. Era Elisabeth Di Cavalcanti, filha do pintor. A conversa desembocou na tal tela. Ele lhe perguntou se ela teria algum documento que pudesse comprovar a autenticidade da obra. Elisabeth retornou a ele dias depois.
— Fui pesquisar e descobri a revista “Para Todos”, de 1928, em que a tela aparece com o nome de “Samba”, numa reprodução em preto e branco ilustrando um artigo — conta ela. — É até uma ironia que uma tela “Samba”, pintada por ele, tenha desaparecido há quatro anos e outra apareça agora.
A “Samba” a que Elisabeth se refere foi lambida pelo fogo num incêndio na casa do marchand e colecionador Jean Boghici, em agosto de 2012. A pintura, de 1925, não era a única batizada com esse nome por Di. Há outras, mas nenhuma tão emblemática e vibrante quanto a destruída. Esta que surge agora ao público brasileiro foi exibida como “Carnaval” na Panamerican Week, em Washington (promovida por Quintanilla em 1955), e tratada pela família do diplomata como “Mulatos de San Cristobal”.
— É uma história fascinante, que só acontece uma vez na vida — diz Castillo, proprietário de uma das

Publicado no segundo caderno do jornal O Globo, 31/7/2016

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Muitos Carnavais

Sou um amante do carnaval e da nossa cultura popular. Não sei precisar minha memória mais antiga da folia carioca. Mas tenho recordações muito antigas: Unidos de São Carlos desfilando pelas ruas do Estácio e seus sambas antológicos, sua ala de nobres, das baianas da Mangueira, da comissão de frente do Império no primeiro desfile que assisti – Alô alô taí Carmem Miranda. O Salgueiro com seus necessários enredos afros. Lembro do bloco de piranhas (de verdade) que saía da zona de prostituição do mangue. Lembro das negas malucas, do bafo da onça, do chave de ouro. A transmissão dos desfiles de fantasias pela TV, Wilza Carla, Elói Machado, Evandro,Bornay... E os bailes do Diabo? America até no carnaval (sou america). As negas malucas, a baianas com chapéu cônico. Saber de ouvir falar do baile do Municipal, Horrores,Enxutos. As caminhadas na Avenida Rio Branco com seus blocos do eu sozinho. Não sei se por nostalgia ou por vício do ofício , sou professor de história, mas é tudo isso que dança na minha memória quando penso em carnaval.