Santa Rosa para desafogar as amarguras

No ano de 1954, a prefeitura do Rio confiou pela primeira vez, a um pintor de renome, Santa Rosa, a decoração da cidade para os festejos carnavalescos. `Não terá preocupação crítica de qualquer espécie a ornamentação, que obedecerá a motivos puramente momescos. Explorando motivos nacionais como a baiana, o malandro carioca, o morro, e combinando-os aos símbolos universais que se integraram ao carnaval brasileiro, como a Colombina.O romântico Pierrô etc,A equipe decoradora tudo fará à base de cor e movimento. Começando na Praça Paris, a ornamentação se estenderá pela praça Marechal Floriano, Avenida Rio Branco, Avenida Getúlio Vargas até a Praça Onze.De Parabéns estão, portanto, os cariocas, e naturalmente agradecidos ao diretor do Departamento de Turismo, que não poupa esforços para atender às aspirações dos que labutam duro 362 dias no ano e querem 3 para desafogar amarguras.`dizia o texto sem assinatura da Revista Manchete, 13/2/1954. O painel reproduzido tinha o seguinte texto `A mulata(mulher do malandro) e os `papais`, da lapa ao morro, cantam e dançam ao som das cuícas.`

O Cenário da folia – 1971

`O Rio voltou a vestir-se para mais um carnaval. A cidade ganhou cenário para mais quatro dias de folia, despindo-se da roupa da festa depois das cinzas.`Diz o texto de Claudio Kuck, ilustrado com fotos de Rubem Americo. Carnaval dos Carnavais era o tema da decoração da åvenida Presidente Vargas. Era constituída de torres quadradas, levando cada uma o nome de um compositor do passado – Noel Rosa, Lamartine Babo, Ataulfo Alves, Sinhô. O projeto foi da equipe liderada poe Adir Botelho, Davi Ribeiro e Fernando Santoro, que pela sexta vez venceu o concurso para a decoração da Presidente Vargas e da Rio Branco.