O ocaso de Eduardo Paes

Fã de carnaval, torcedor da Portela, o ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PMDB), que governou a capital fluminense de 2009 a 2016, está morando nos Estados Unidos com a família, veio ao sambódromo para acompanhar o desfile das campeãs, que reúne as seis escolas de samba mais bem colocadas no concurso.

Sobre a fama de pé-frio, já que a escola ganhou justamente no primeiro ano em que Paes não estava, após oito anos de mandato sempre marcando presença no desfile, o ex-prefeito levou com bom humor: “É bom que tenha sido assim, porque se tivesse sido durante meu governo iriam dizer que eu armei o resultado”. Faltou ao desfile oficial, mas estava presente no consagrador desfile da campeã de 2017!

Em clara campanha para o governo do Estado, sua visita à passarela do samba, no ano em que o atual alcaide se recusou a abrir os festejos de momo, pouco repercutiu.

De barba e mais gordo, antes de desfilar pela Portela, Paes acompanhou os desfiles das escolas que se apresentaram antes da azul e branco de Madureira, acompanhado por Pedro Paulo, seu candidato (derrotado) na última eleição para prefeito, em outubro passado.

Pleito precedido por “infortúnios” (desabamento da ciclovia),revelações surpreendentes (grampo telefônico divulgado pela Operação Lava-Jato) e atitudes arrogantes (humilhou uma médica que atendeu seu filho),que deram a Eduardo Paes a chance de contribuir para o insucesso de seu preferido.

Duas semanas após a divulgação do resultado oficial, a Liga das Escolas de Samba optou em dividir o primeiro lugar no pódio, até então, exclusivo da Portela, com mais uma agremiação, a Mocidade. Teria sido a malfadada presença do ex-prefeito?

Crendices à parte, o que realmente vem ocupando espaço na mídia é a citação do nome de Paes na lista de investigados pela Lava-Jato. Um obstáculo aos planos do nosso portelense em Nova Iorque.

O inquérito aberto para apurar o repasse de valores pela Odebrecht ao ex-prefeito Eduardo Paes e ao deputado federal Pedro Paulo, candidato derrotado à sucessão municipal indica que a Odebrecht desembolsou R$ 16 milhões, interessada na facilitação de contratos relativos às Olimpíadas de 2016.

Os repasses teriam sido feitos em 2012, quando Paes disputou a reeleição. O pemedebista seria o “Nervosinho” que aparece em planilha de doações da empreiteira.

Como tudo que está ruim ainda pode ficar pior, o atual prefeito, Crivella, também questiona a situação financeira da prefeitura do Rio de Janeiro , e acusa o seu antecessor de ter escondido da população a situação falimentar que a mesma já se encontrava. É o ocaso de um político que chegou a ser cotado para disputar a Presidência da República.

Obs:Se você é supersticioso e portelense, bata na madeira e peça ajuda aos santos, pois Eduardo promete voltar à passarela do samba em 2018.

Eduardo Paes cai no samba

Desde 2009, quando Eduardo Paes assumiu a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, o Carnaval ganhou um ilustre amante da festa mais popular do Brasil. Acredito que poucos prefeitos demonstraram um interesse tão autentico, pelo desfile das escolas de samba, quanto Paes. Portelense de coração, ele faz questão de participar dos agitos nas escolas de samba e acompanhar de perto os preparativos e, claro, o momento maior dos desfiles na Sapucaí. 2010 O prefeito Eduardo Paes desistiu de desfilar na bateria da Portela. A notícia fez muitos portelenses vibrarem de alegria e acaba com as preocupações de alguns diretores da agremiação de Oswaldo Cruz e Madureira. Na Portela, vários integrantes já tinham manifestado ao presidente Nilo Figueiredo, a preocupação de que a escola pudesse ser vaiada pelo público, na hora da passagem do prefeito Eduardo Paes. Para quem não acompanhou, no ensaio técnico da Portela, no Sambódromo, o prefeito levou a maior vaia da história da Marquês de Sapucaí. Além disso, havia também o receio, de que algum jurado pudesse tirar algum décimo precioso, por antipatizar com Paes. A popularidade de Paes estava em baixa . 2011 Paes exigiu desfilar nas baterias da Grande Rio e União da Ilha, além da Portela, porque arrumou dinheiro com empresários para ajudar as agremiações prejudicadas pelo incêndio nos barracões. 2012 O arquiteto Oscar Niemeyer esteve no Sambódromo durante o desfile das escolas campeãs do Grupo Especial do Carnaval. Na companhia do prefeito Eduardo Paes, Niemeyer percorreu um trecho da Passarela do Samba pouco antes do desfile da agremiação Vila Isabel. 2013 sai na Portela. 2014 Eduardo Paes marcou mais uma vez presença do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Passou pela Avenida quando a Grande Rio tomava a Marquês de Sapucaí 2015Apesar da chuva que atrasou em 24 minutos a entrada da Viradouro na Avenida, o desfile da escola seguiu tranquilo. Em local privilegiado, no camarote do prefeito Eduardo Paes compareceram além do senador tucano José Serra, as atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro e o cantor Zeca Pagodinho.Portelense, o prefeito não sossegou no local privilegiado e desceu para ver mais de perto a Viradouro. No recuo, Paes aproveitou para cumprimentar dois ídolos do tênis, o espanhol Rafael Nadal e Gustavo Kuerten, o Guga. . Nos dois dias de desfiles da Série A, ele deu o ar da graça várias vezes na pista do Sambódromo para acompanhar de perto a passagem das escolas. Paes, que ficou com uma bota ortopédica para calcificação de uma fratura no pé direito, mas já está mostrando estar 100%. Durante o desfile da União da Ilha do Governador, ele foi curtir de perto a o ritmo da bateria do consagrado mestre Ciça e brincou com o intérprete Ito Melodia, no momento em que os ritmistas da tricolor estavam ocupando o recuo da bateria.(foto do site SRZD)