O prefeito e a atriz

O Quinto Baile da Cidade durou exatamente sete horas. Mais de sete mil pessoas superlotaram o Canecão, cuja a decoração inspirou-se na famosa marchinha Abre-Alas. Dos artistas convidados compareceram: Ursula Andress, Pelé, Franco Zeffirelli, Libertad lablanc, Candice Bergen e o ator inglês Albert Finney. Seria o último ano da prefeitura de Marcos Tamoyo. Vamos saber um pouco mais sobre sua prefeitura:
Foi o primeiro prefeito do Rio de Janeiro após a fusão da Guanabara com o antigo estado do Rio de Janeiro, tendo sido nomeado em 1975 pelo então governador Floriano Peixoto Faria Lima, e governou até 1979.
Conhecido como o “Prefeito da educação no Brasil”, construiu 54 escolas e reformou outras tantas. Construiu o Riocentro, passando a cidade a contar com um local para congressos, seminários e feiras. Construiu o Arquivo Municipal, único então no Brasil executado especialmente com a finalidade de guardar em condições técnicas adequadas o relevante acervo da história da cidade. Concluiu o Parque do Flamengo, com a construção da Marina da Glória e o Restaurante do Parque do Flamengo e construiu a Cidade das Crianças. Executou a duplicação e iluminação das Avenidas Sernambetiba, Prefeito Mendes de Morais e Estrada dos Bandeirantes, além do Autódromo de Jacarepaguá, o viaduto São Sebastião, sobre a Avenida Presidente Vargas, e o conjunto de elevados e vias expressas interligando o túnel Santa Bárbara ao Cais do Porto, com a desapropriação de mais de 1.400 imóveis no Catumbi, possibilitando implantar o Sambódromo de maneira provisória, realizando o primeiro desfile das Escolas de Samba em 1979, sem interrupção do trânsito. A prefeitura passa a ter uma sede condigna com a aquisição da ex-Embaixada Inglesa na Rua São Clemente, em Botafogo, e por Tamoyo foi designada, a partir daí, como Palácio da Cidade.
Na área da saúde, concluiu a construção e equipando o Hospital Salgado Filho, no Méier, e construiu o novo setor de emergência do Hospital Miguel Couto. Em 1976 ingressou na ARENA. Em 1979, participou da organização do Partido Democrático Social (PDS) no estado do Rio de Janeiro.
Foi casado com Maria Isabel Tamoyo da Silva, com quem teve duas filhas. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 17 de abril de 1981.

Spartacus, de sandália e espada no carnaval do Rio

Filho de imigrantes judeus russos e pobres, consagrou-se como ator, tornou-se produtor, fez fama e fortuna. No momento da publicação dessa postagem, o ator , ainda vive e está prestes a completar 100 anos , no próximo 9 de dezembro.

Kirk Douglas, no ano de 1960, produziu e estrelou Spartacus. A película consumiu 21 milhões de dólares (190 milhões, hoje). Há quem diga que Kirk Douglas só fez esse filme porque não foi escolhido para fazer o papel principal em Ben-Hur. O que temos certeza, entretanto, foi o propósito de enfrentar a direita norte-americana tomada pelo Macarthismo (campanha de caça aos comunistas).O filme narra uma revolta de escravos na Roma antiga. A direita atacou o filme abertamente em seus jornais, convidando o povo a não ir ao cinema para assisti-lo.

O filme foi muito perseguido pela colunista Hedda Hopper e pela Legião Americana por ter usado o livro de Howard Fast, um comunista, e pelo roteiro de Dalton, que também era comunista.

Inicialmente dirigido por Anthony Mann, mas após desavenças com o produtor foi substituído por Stanley Kubrick, que era um diretor em ascensão. Além de Kirk Douglas no papel de Spartacus, participam do filme uma reunião de astros e estrelas: Laurence Olivier(Crassus), Charles Laughton sensacional como o senador romano, Jean Simmons fazendo a sofrida Varinia. Peter Ustinov ganhando o Oscar pelo seu mercador de escravos e ainda temos Tony Curtis, Herbert Lom e Woody Strode.

O Spartacus(120 a.C.-70 a.C.)histórico era um soldado de Roma, nascido na região da Trácia. Desertor, foi capturado e rebaixado à escravo. Por seu porte físico e grande força, foi comprado pelo “lanista” (contratador de gladiadores).Devido aos maus tratos formou um grupo de aproximadamente 200 gladiadores cativos, como ele, e iniciou uma rebelião, armados apenas com os talheres usados em suas refeições. Somente 78 (segundo Plutarco) ou 30 (segundo Floro) conseguiram escapar. Spartacus conseguiu reunir aproximadamente 100 mil homens, principalmente escravos rebelados e formou seu exército, liderando a mais célebre revolta de escravos da história da Roma Antiga, que ficou conhecida como “A Terceira Guerra Servil”, “Guerra dos Escravos” ou “Guerra dos Gladiadores”.

Temos algumas sequencias de ação incríveis como: o treinamento dos gladiadores, o motim e a guerra contra a legião romana. Numa das cenas mais eloquentes de Spartacus, o general romano vivido por Laurence Olivier oferece misericórdia aos escravos derrotados em seu levante em troca da delação de seu líder, Spartacus (Kirk Douglas). Todos se recusam, bradando, um a um: Eu sou Spartacus! Parece que Kubrick detestava a cena, mas manteve mesmo assim, pelo seu provável sucesso junto as espectadores.

É uma das primeiras superproduções que contém uma cena carregada de homoerotismo. A mais famosa delas é a que o escravo Antoninus (Toni Curtis) banha o seu senhor Marcus Crassus (Laurence Olivier), enquanto discutem se gostam de “caramujos” ou “ostras”.Crassus olha para seu escravo e afirma “gostar das duas coisas”.

O roteirista do filme era um comunista perseguido pelo senado americano, Dalton trumbo. Entretanto, o comitê chefiado pelo senador MacCarthy estava com seus dias contados. A partir da segunda metade da década de cinquenta quando atingiu figuras de destaque do exército, o Senado, em dezembro de 1954, censurou MacCarthy.A campanha de perseguição aos comunistas começou a perder a sua força.
Um duro golpe na lista negra veio com a decisão de Kirk Douglas que recusou-se a ocultar o nome de seu roteirista nos créditos(prática comum para proteger os perseguidos)—Dalton Trumbo.

Kirk Douglas foi a maior atração do baile de Gala do Municipal de 1963. Fantasiado de Spartacus e com a mulher sempre do lado, o ator americano fez de tudo: pulou, brincou e bebeu e deu a maior soma de autógrafos de sua vida.

O jornal Correio da Manhã afirmava: `Seu entusiasmo provou que o carnaval carioca mexe até com romanos dos tempos idos.
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