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Grande Rio – Sonhos de Carnavais

Ivete, a rainha do axé, ovacionada na Sapucaí

“A Grande Rio vem dar um banho de axé/Salve! Toda essa gente de fé/O tambor da invocada promete/Levanta a poeira, Ivete! ” E Ivete levantou poeira! Inegavelmente um dos pontos altos do desfile do grupo especial de 2017. impressionante observar, a vibração das arquibancadas, durante a passagem da baiana pela Sapucaí.

A cantora não mediu esforços para retribuir a homenagem feita pela escola de samba da baixada. Sangalo teve de correr para desfilar em dois pontos diferentes da escola. Saiu na comissão de frente, que representava sua infância, na cidade Juazeiro. Quando a comissão chegou à dispersão, Ivete entrou rapidamente num automóvel, para dar a volta no sambódromo e ressurgir na alegoria final com o marido, Daniel Cady, e o filho, Marcelo, de 7 anos. O último carro alegórico, era um símbolo do encontro dela com a Grande Rio.

Se a rainha do axé arrebatou o sambódromo, a autorização concedida pela Prefeitura do Rio, ao bloco de axé, Banda Eva, onde Ivete surgiu, causou polêmica entre os cordões da cidade.

“Não acho que só tem que tocar marchinha na rua. Mas, por que a gente precisa trazer bloco da Bahia se a cidade já tem mais de 500 blocos criados aqui de forma espontânea, entre amigos, para fazer um carnaval de brincadeira e não carnaval de negócios como é neste caso?”, questiona, em entrevista ao O Globo, Rita Fernandes, presidente da Sebastiana, associação que representa 11 blocos do Carnaval carioca, entre eles o Simpatia É Quase Amor e o Suvaco do Cristo.

O engenheiro Floriano Torres, fundador do Que merda é essa?, que desfila há 22 anos em Ipanema, contou que a “importação” já foi tentada no passado, mas os blocos resistiram, e o antigo prefeito, Eduardo Paes (PMDB), não deu autorização.

“Dessa vez, não nos ouviram. O carnaval do Rio é espontâneo, e esse tipo e bloco é totalmente comercial. Recife e Olinda nunca permitiriam isso, porque não cabe lá. O Rio já tem bloco demais. Há os que tocam outros ritmos, como frevo e sertanejo, mas estes são do Rio, e não ‘importados’. Vir caminhão da Bahia para o Rio é um absurdo”, disse Torres.

Entretanto, o bloco Eva desistiu de participar do Carnaval do Rio de Janeiro: “Agradecemos à Prefeitura, através da Riotur, pela autorização concedida, porém entendemos que a realização do desfile no Parque Olímpico, um local fechado, não contempla a energia e o modelo de carnaval de rua esperado pelo grupo Eva e pelos cariocas. Desta forma, comunicamos que não iremos mais realizar o desfile do Bloco EVA no carnaval de rua do Rio de Janeiro”, diz o texto.

O desfile estava agendado para o dia 4 de março, na Praia do Pepê (Barra da Tijuca). Entretanto, a empresa de Turismo da Prefeitura não concedeu o espaço, disponibilizou o Parque Olímpico.

Recentemente, Elba Ramalho levantou uma polêmica quando reclamou da presença em massa de artistas sertanejos dentro das programações dos festejos juninos no nordeste do Brasil. Em Caruaru, durante uma entrevista coletiva, a cantora disparou: “Falei com a Paraíba, reivindiquei porque o São João de lá está muito mais comprometido que o São João daqui. Eu não tenho nada contra nenhum artista, nada contra nenhum sertanejo. Tem espaço para tudo, no céu cabem para todos os artistas, ninguém atropela ninguém. Porém eu não toco na Festa de Barretos, Dominguinhos também não cantava. A festa é deles, é dos sertanejos, e eles têm bem esta coisa: essa área é nossa.”

É a luta pela manutenção da identidade da cultura local. Dialética complexa e com resultados imprevisíveis.

No sambódromo, em 2017, A rainha do axé, Ivete Sangalo, com seu inegável carisma, garantiu à Grande Rio a quinta colocação no grupo especial.