“O que se faz no Rio de Janeiro quando não se sabe sambar?” Foi o que perguntou Roger Moore, assim que chegou a cidade, onde iria protagonizar o décimo-primeiro episódio do agente 007. O questionamento do ator britânico, um batido clichê, foi um prenúncio da forma como a capital fluminense seria representada na transloucada passagem do agente da rainha por terras brasileiras.
Sem nenhum compromisso com a geografia do planeta, depois do vilão cortar os cabos do bondinho com os dentes, 007 cai em um campo aberto, onde consegue fugir a cavalo e chega a uma cidade da Bahia fantasiado de gaúcho. A seguir, sai em debandada pelo Rio Amazonas que desemboca nas Cataratas do Iguaçu, onde ele consegue, finalmente, escapar de asa-delta.
De tão absurdo, o filme ingressou na categoria kitsch e, surpreendentemente, foi um sucesso na época. Um dos mais rentáveis episódios da série.
A película, também, contou com a participação de uma Bond Girl tupiniquim. A estonteante Adele Fátima, chegou a gravar algumas cenas, mas devido a fofocas maldosas, toda a sua participação foi cortada e sua personagem foi interpretada pela atriz inglesa Emily Bolton.
A brasileira teria tido um caso com Moore, fato nunca confirmado. Uma foto sua aparecia no cartaz local e seu nome nos créditos do filme.
Entretanto, nem o mirabolante enredo previa um fato tão inusitado! Por mais inacreditável que possa parecer, na última terça-feira, fomos surpreendidos com uma triste notícia: morreu aos 89 anos, Roger Moore. Infelizmente, temos que admitir, 007 também morre.